lundi 30 mars 2009

Igrejas de Paris

(clique sobre a imagem para ver os detalhes dessa maravilhosa igreja)
Cheguei a Paris pela primeira vez sozinha, à noite, de trem. Peguei um táxi na Gare de Lyon e dei o endereço da amiga que me hospedaria. Sem noção de direção, fui olhando pelos vidros do carro a cidade que me aparecia sob a chuva. Atravessamos uma ponte, seguimos o cais e de repente eu vi os fundos da Notre Dame à minha direita. Senti aquele baque, claro, era o cartão postal agora na realidade. O táxi foi seguindo e eu contemplando sua lateral, suas torres. Temi me enganar. E se fosse outra igreja? Num ar falsamente cool , perguntei ao motorista qual era “aquela igreja” . Ele virou-se literalmente para trás e me perguntou entre irritado e indignado: - Mas qual igreja, Madame? Ė a catedral de Notre Dame!
Pois é, a Notre Dame tem um lugar à parte. Sobre sua arquitetura e decoração há abundante bibliografia mas mesmo sem ela o visitante se dá conta de que História e mito ali se entrecruzam, de São Luís a Napoleão ou, para os franceses, a de Gaulle, que, em 1944, na missa que celebrava a liberação de Paris, sofreu o primeiro atentado. Na parte exterior as górgonas atraem os olhos do visitante literário ( ou com filhos pequenos, que Hugo nos perdoe as oferendas que fazemos a Disney). Nesse ponto, no entanto, um certo corte no clima é dado pelas inúmeras ciganas que pedem esmolas nas vizinhanças. O próprio Victor Hugo teria dificuldade em reconhecer Esmeralda hoje em dia, tanto elas parecem ameaçadoras.
Por outro lado, outras incontáveis igrejas valem também a visita. Em cada uma delas todo mundo sabe que se pode fazer também um curso de história, de arquitetura ou de arte. Mas, sobretudo, cada uma delas tem seu clima, ou melhor, cada uma delas oferece o cenário para cada visitante criar um clima, de acordo com suas vivências, seu repertório, suas expectativas. Como por exemplo, Saint-Julien –le Pauvre, Saint Séverin e a capela da Medalha Milagrosa, todas na rive gauche.
Saint-Julian-le –Pauvre, de rito católico grego, fica quase em frente à Notre Dame. Foi construída, reza a lenda, com as pedras que sobraram na construção da catedral, em 1170. Sua fachada acabou de receber uma limpeza e ela brilha como um castelo de areia. É pequena e acolhedora com seus ícones e sua decoração interior em dourado, estranhamente bonita, quase inquietante. Nela se realizam ordinariamente concertos de música clássica e de gospell. Ao lado, dando para o cais de Montebelo, está o Jardim de Saint-Julien –le-Pauvre, onde se pode sentar calmamente para comer um sanduíche trazido de casa e admirar as flores, ler o jornal ou namorar, enquanto as crianças gastam as energias correndo em torno do chafariz. É preciso porém tomar cuidado para que elas não incomodem os (poucos) mendigos que ali vão usar seus direitos de, como cidadãos, dormir nos bancos, já que não têm casa. Se não, eles podem protestar desagradavelmente, para dizer o mínimo. Melhor é acalmá-las e fazê-las brincar sob as raízes da árvore mais velha de Paris, de 400 anos, ou mostrar-lhes o velho poço. À frente , na ilha de la Cité, ergue-se, majestosa, a Notre Dame. Na rua lateral , que se chama rue de Saint-Julien-le-Pauvre, havia até ouco tempo atrás uma loja onde se podiam alugar bicicletas. Em seu lugar hoje ha uma lojinha de souvenirs…
Pertinho temos Saint- Séverin, na rua de mesmo nome, no coração do “quartier latin” , construída entre os séculos XIII e XV. Os vitrais são famosos, os mais antigos datando do século XIV e por eles e por sua arquitetura gótica, a igreja está sempre cheia de turistas e de estudantes de arte. Como em todas as igrejas que viraram museus de fato, o lugar de culto está, de ordinário, numa capela ao fundo. Ao andar pelas naves laterais , não se pode deixar de pensar em S. Vicente de Paulo (realmente “meu tipo inesquecível”), que ali batizou inúmeras crianças encontradas nos arredores. Atualmente , à noite, também ali se dão concertos de música classica. Ao lado há também um jardim arborizado, desta vez, privativo da igreja. E nas ruas laterais encontram- se lado a lado pintores, desenhistas e fotógrafos , todos desejosos de captar sob um novo ângulo ou sob uma nova luz um detalhe de sua arquitetura ou o recorte do edifício contra o céu.
No entanto, a minha preferida é a capela da Medalha Milagrosa, um edifício novo para os padrões franceses. Data do século XIX. Fica na rue du Bac, número 140, em frente à loja de departamentos Bon Marché. O edifício é mesmo difícil de achar pois a capela não é vista da rua. No entanto, não é à toa que esse é um dos endereços mais procurados de Paris. Respira-se aí ao mesmo tempo simplicidade e transcendência, e isso independentemente de se ter ou não fé religiosa. O caminho entre a porta de entrada e a da capela mostra em quadros, a vida de Catherine Labouré, a religiosa a quem, nesse local, em 1830 a própria Virgem Maria pediu que fosse cunhada uma medalha em sua honra… O relato desse encontro, feito através de quadros na parede, é tocante e em sua simplicidade deixa em aberto sua interpretação. O fato é que chegando à luminosa capela de cores claras, com suas linhas arredondadas como um regaço maternal, se ouve ainda a voz da órfã Catherine que falava com a Virgem com a intimidade de uma filha que se sabe muito querida. Um lugar de força.

samedi 28 mars 2009

Proust e Paris

Ninguém melhor retratou Paris e os parisienses e talvez mesmo a França e os franceses que Proust. Nada, ninguém mais atual. Nenhum autor conseguiu retratar melhor o "espirito parisiense", talvez mesmo "francês", que consiste justamente em - perdao - seu conservadorismo. Nao teve maio de 68, nao teve descolonizaçao, nao ha invasao dos barbaros internos ou externos que mude isso: a sociedade francesa é palaciana, hierarquizada, cuidadosa em conservar seus usos e costumes. Dai, a maioria de seus problemas atuais, é claro a olho nu. Mas dai também sua força e seu charme, sem nenhuma duvida.
Uma amiga brasileira que esteve aqui em visita, nos ultimos 15 dias, me dizia ontem que depois de sua volta ao Brasil - ela fez seu doutorado aqui - , quando volta a Paris, frequentemente a trabalho, sempre tem a sensaçao de que os colegas franceses sao "timidos", que "nao ousam" - ela é sociologa, especializada em reinserçao social pelo trabalho. -"Sera isso mesmo ou eu é que nao estou entendendo mais?", pergunta ela.
Mas vamos a Proust . O excerto é de Sodoma e Gomorra, traduçao minha. Trata-se de uma festa na casa da Princesa de Guermantes, para a qual o narrador teme ter recebido um convite por engano e, apresentando-se à festa, dela ser expulso. Sem ter podido acalmar sua inquietaçao, ele decide-se finalmente a ir à festa e é bem recebido. Chegam os duques de Guermantes, que sao vizinhos do narrador e que se dizem seus amigos. Ora, antes da festa o narrador havia pedido a Oriana, a duquesa de Guermantes, que se informasse sobre se ele estava ou nao realmente convidado, pedido que fizera também ao duque. Nenhum dos dois quisera fazer a pergunta aos principes de Guermantes, seus primos, pois fazê-la implicaria uma recomendaçao de convite, um comprometimento.
"O duque, depois de um longo olhar com o qual durante cinco minutos arrazou sua mulher: " Contei a Oriana as duvidas que você tinha." Agora que ela via que tais duvidas nao tinham fundamento e que ela nao precisava fazer nada para tentar dissipa-las, ela declarou-as absurdas e brincou comigo longamente. "Que idéia achar que nao tinha sido convidado! Nos somos sempre convidados! E depois, você podia contar comigo! Você acha que eu nao teria podido convida-lo para uma festa em casa de minha prima?" Devo dizer que, em seguida, ela fez frequentemente coisas bem mais dificeis por mim. No entanto tomei o cuidado de nao dar a suas palavras o sentido de que eu teria sido desconfiado demais. Eu começava a conhecer o exato valor da linguagem falada ou muda da amabilidade aristocratica, amabilidade feliz por aliviar o sentimento de inferioridade daqueles sobre os quais ela se exerce mas no entanto nunca ao ponto de dissipa-lo, pois, nesse caso, ela nao teria mais razao de se exercer. " Mas você é igual a nos, se nao melhor", pareciam, por todas as suas açoes, dizer os Guermantes; e eles o diziam da maneira mais gentil que se possa imaginar, para serem amados, admirados, mas nao para que se acreditasse neles; que se pudesse compreender o carater ficcional dessa amabilidade era o que eles chamavam ser bem educado; acreditar que a amabilidade fosse real, era a ma educaçao. Recebi, alias, pouco tempo depois uma liçao que acabou de me ensinar, com a mais perfeita exatidao, a extensao e os limites de certas formas da amabilidade aristocratica. Foi numa matinée dada pela duquesa de Montmorency em honra da rainha da Inglaterra; formou-se uma espécie de pequeno cortejo para ir ao buffet e à frente estava a soberana pelo braço do duque de Guermantes. Cheguei nesse momento. Com sua mao livre, o duque me fez, ao menos a quarenta metros de distância, mil sinais, que pareciam querer dizer que eu poderia aproximar-me sem medo, que eu nao seria comido com roupa e tudo no lugar dos sanduiches. Mas eu que começava a me aperfeiçoar na linguagem das cortes, em lugar de avançar nem mesmo um passo, a meus quarenta metros de distância, me inclinei profundamente, mas sem sorrir, como faria diante de alguém que acabasse de conhecer e continuei meu caminho em sentido contrario. Se eu tivesse escrito uma obra-prima os Guermantes me teriam honrado menos que por esse cumprimento. Nao apenas ele nao passou despercebido aos olhos do duque, que no entanto, nesse dia, tivera de responder a mais de quinhentas pessoas, mas aos da duquesa que, tendo encontrado minha mae, contou-lhe o fato e, longe de dizer-lhe que eu errara e que deveria ter-me aproximado, disse-lhe que seu marido ficara maravilhado com meu cumprimento, que continha tudo o que se podia dizer em tal circunstância. Todos nao cessaram de dar a esse cumprimento todas as qualidades, sem mencionar, entretanto a que parecera a mais preciosa, a saber, que tinha ele sido discreto, e nao cessaram também de me fazer cumprimentos que eu compreendi serem menos uma recompensa pelo passado que uma indicaçao para o futuro, como aquela delicadamente fornecida a seus alunos pelo diretor de um estabelecimento de educaçao: " Nao esqueçam, caros meninos, que esses prêmios sao menos para vocês que para seus pais, a fim de que eles os matriculem de novo no proximo ano." E era assim que Madame de Marsantes, quando alguém de um mundo diferente entrava em seu meio, elogiava diante dessa pessoa as pessoas discretas " que se acham quando as procuramos e que se fazem esquecer no resto do tempo", como se previne indiretamente um empregado doméstico que cheira mal de que tomar banho é perfeito para a saude."
Proust. Sodome et Gomorrhe. Ed. présentée, établie et annotée par Antoine Compagnon. Gallimard, 1989, Folio, p. 62-63.

vendredi 20 mars 2009

A cidade e o tempo


Em Paris o tempo parece aprisionado. Nas ruelas e pracinhas do Quartier Latin o movimento do comércio e dos bares, dos estudantes e dos turistas deixa perceber um barulho de saias longas, de carroças, de palavrões e de injúrias vindas de outros tempos. Difícil, passar pela Conciergerie e não ouvir os lamentos de Maria Antonieta contra os nobres e também contra a Igreja que a abandonara, impossível entrar na Notre Dame e não ouvir o zum-zum dos presentes à coroação de Bonaparte. Como passear pelo “sezième”, a chiquissima décima-sexta região de Paris, pelos subúrbios ultra-chiques de Neully, Passy e Auteuil ou ainda pelo bois de Boulogne, sem pensar na Condessa de Ségur e, evidentemente, em Proust ? Vista das pontes do Sena ou das escadas do Sacre-Cœur de Montmartre, a paisagem nos faz sentir parte de um filme, ou melhor, de uma filmagem, na qual nos sentimos atores garantidos pelo roteiro. Condensando as épocas e perenizando sentimentos e impressões.

Nessas circunstâncias é difícil aceitar que a cidade permanecerá ainda por muito tempo mas nós estamos só de passagem. E pior ainda, que o fim da viagem é tão penoso que quase não se fala dele. Quem quereria falar não encontra muitos que queiram ouvir. O bom-tom quase que exige que, sobretudo as mulheres, a partir de uma certa idade, saiam de cena o mais discretamente possível. A praça seria dos jovens como céu é dos pardais parisienses.

No entanto, a geração que inventou a juventude está hoje reinventando por aqui a velhice. Depois de passar por ginásticas, plásticas e pílulas miraculosas para prolongar a força e a beleza está procurando encarar o inevitável e fazer com ele o que for possível. Afinal, a expectativa de vida por aqui está em torno de 80 anos e as ruas mostram que a realidade ultrapassa essa perspectiva. Esta geração que viu seus avós serem postos em eufêmicas casas de repouso e nao sabe bem o que fazer com seus próprios pais idosos está-se dando conta de que sua vez está chegando. E resolve enfrentar o fato de que as tais “casas de repouso”não são a melhor solução. Pelo menos não para o principal interessado, o idoso solteirão ou já viúvo, que preferiria morar com alguém ou continuar em sua própria casa. Mas como, numa sociedade ainda baseada em valores individualistas? Como, numa sociedade micro-familiar? Como, nos geralmente mínimos apartamentos parisienses, onde muito frequentemente não há elevador e onde os banheiros, já pequenos, são geralmente longe dos quartos?

Em Paris procura-se pensar o problema. E já se encontraram algumas soluções, de ordem econômica, ao menos. Assim, os idosos dependentes ou semi-dependentes com menos recursos contam com ajudas financeiras da prefeitura, estejam eles em sua própria casa ou já num estabelecimento geriátrico. Se permanecem em sua propria casa podem contar com ajudas financeiras destinadas à contratação de serviços domésticos, ou de ajuda para as atividades cotidianas (banho, por exemplo) ou regulares (lavagem dos cabelos, corte, pedicure especializada, compras, etc). A adaptação dos apartamentos às novas condições de seu habitante são igualmente apoiadas financeiramente. Se estao num estabelecimento geriatrico, podem contar com uma ajuda financeira para o pagamento da instituição. O Estado estimula também o acolhimento dos idosos em família, a sua própria ou outra. Quem recebe um idoso recebe também uma ajuda financeira, além de um desconto no imposto de renda. Há famílias que complementam seu orçamento dessa forma. E temos de levar em conta que a assistência médica, incluindo-se aí os remédios, é coberta em média em 70% pela Previdência Social e que a maioria das pessoas conta com um seguro-saúde que cobre os 30% restantes.

Por outro lado, uma nova geração de idosos começa a se formar, diferentemente da precedente. Avôs e avós que estão hoje ainda na plenitude dos 50, 60 anos , alguns ainda na vida ativa, voltam, como seus próprios avós, a tomar conta dos netos. As gerações começam a se reaproximar.

Começa assim a tomar forma um novo movimento de solidariedade intergeracional. Num dos centros do chamado “primeiro mundo” começa a se estruturar socialmente a consciência do tempo que passa para todos e para cada um. Com seus desgastes e com seus valores. Condensando as épocas e perenizando impressões e sentimentos.

mercredi 4 mars 2009

Doces interditos

Passear pelas ruas de Paris é flanar no meio da tentação. Eu sei, eu sei, queremos todos ser magros, belos, ágeis , musculosos, usar as roupas da moda e exbir pele de pêssego. E não queremos desenvolver diabetes. A propaganda nos impõe um padrão de beleza difícil de acompanhar quando não se tem mais vinte anos, e as revistas não permitem que a gente se engane quanto à melhor forma de se alimentar.
Mas... um simples passeiozinho pela cidade exige assim mesmo toda a força de vontade do mundo para que nossas boas intenções não se esborrachem. Porque, para começar, as padarias estão por todo lado. Rivalizando entre si. Disputando o mérito de produzir o melhor pão. Volta e meia, uma revista exibe como reportagem de capa uma pesquisa sobre os melhores pães da cidade, o que significa que o tema faz parte das preocupações cotidianas dos parisienses.
De fato, merecem mais que uma reportagem, merecem um estudo, as padarias de Paris. Porque, ainda por cima, elas não vendem só pão, oferecem também tortas super apetitosas, lindas e cheirosas, doces e salgadas. Por exemplo, no perímetro em que circulo cotidianamente, entre a praça Maubert e a praça do Odéon, há pelo menos quatro estabelecimentos a evitar por amor à linha. Na praça Maubert é preciso fugir dos pãezinhos com chocolate ou com passas, além dos chocolatinhos que se vendem em lindas caixinhas tão pequenas que se acredita em sua inocência.
Subindo a rua Monge, pertinho, temos a alsaciana Kayser, com baguettes, quer dizer, bisnagas, de todo tipo: com farinha branca, com farinha integral, feita à moda antiga, à moda moderna, à moda da padaria, etc etc. Todas ótimas, com as pontas torradinhas. Tem sempre fila e os fregueses saem pela rua invariavelmente comendo mais ou menos discretamente as pontinhas. Ao lado dos caixas as espertas gerentes põem cestinhas de vime com as novidades do dia partidinhas, ao alcance da mão do freguês ou de seus filhos. Pães com salame, com nozes, com avelães ( chamado “pão do esquilo”) , com ameixas, com queijo. É provar e, logico, comprar. E uns medievais enormes pães redondos, e umas brioches com e sem recheio que fazem realmente lembrar os gostos daquela austriacazinha avoada que andou dizendo umas bobagens em Versailles no fim dos 700 e acabou literalmente perdendo a cabeça.
E as tortas? Entre a de creme com cerejas e a de chocolate com morangos a escolha é realmente duríssima mas a campeã é mesmo a charlotte com amêndoas e frutas vermelhas , quer dizer, framboesas, groselhas e mirtiles.
Do lado da praça do Odéon , na rua de Buci, está a padaria e confeitaria Carton. Ao passar por ali cuidado com os docinhos expostos na vitrine. Sao mini mil -folhas, macarons (um tipo dos nossos conhecidos bem-casados) loucamente cor-de-rosa, éclairs (bombinhas) de café, mini tortinhas verdes de kiwi. Delicados nas bandejinhas, parecem de porcelana. Mas são de açúcar, farinha, ovos e outras combinações mortais. Lá estão também os melhores croissants da região.
Três passos adiante há uma loja do Paul, outro alsaciano, que exibe através de suas largas vidraças, a fabricação de seu pão. Podemos assim, da rua, acompanhar a massa saindo da enorme batedeira , sendo trabalhada pelos padeiros, entrando e depois saindo dos fornos. Um espetáculo a apreciar. Dentro, um salão de chá com enormes lustres de cristal onde se pode tomar um bom chocolate quente. Os pães são excelentes. Lá aprendi que o sésamo serve não só para abrir cavernas mas também para temperar massas. As tortas são ótimas também e na época do Haloween fizeram umas maravilhosas, de chocolate negro com laranja.
E para terminar, como nem só de padarias vive a maldição da gula, entre essas duas praças há a Pâtisserie Viennoise. Fundada em 1928 por um casal de húngaros, fica em frente a um auditório da Sorbonne, num prédio construído por Luís XV para ser escola de desenho (prédio que, diga-se de passagem, vale a pena visitar), na rua de l’Ecole de Medécine, número 8. São duas salas pequeninas sempre cheias e enfumaçadas com uma constante fila na porta. Na hora do almoço pode-se comer um bom pedaço de deliciosa torta salgada ( de frutos do mar, por exemplo) com uma salada por preços muito razoáveis. E como sobremesa ou na hora do chá, preparem-se para a arte da escolha: tarte tatin (torta de maçã caramelada assada no fundo da forma) ou strudel com creme chantilly? Torta de chocolate com nozes? Com maracujá? Torta de damasco com avelãs e pistaches? Ou quem sabe apenas um sóbrio café vienense (com muito creme) e uns biscoitinhos sablés?
E depois, ah, depois de tantos crimes tem de vir a expiação: quinze dias de dieta da sopa.

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Capa de Ronaldo Graça

Interior de Saint Julien le Pauvre

Interior de Saint Julien le Pauvre

Marion e a igreja de Saint Julien le Pauvre

Marion e a igreja de Saint Julien le Pauvre

Barcelona

Barcelona

Barcelona

Barcelona

Museu da Catalunha

Museu da Catalunha

A arvore mais velha de Paris.Jardim de Saint Julien le Pauvre

A arvore mais velha de Paris.Jardim de Saint Julien le Pauvre

Jardim da igreja de Saint Julien le Pauvre

Jardim da igreja de Saint Julien le Pauvre

Igreja da Madeleine

Igreja da Madeleine

Das escadas da Madeleine. Ao fundo, a place Vendôme

Das escadas da Madeleine. Ao fundo, a place Vendôme

Barcelona- Gracia

Barcelona- Gracia

Rue de Bucci

Rue de Bucci

Barcelona

Barcelona

Charitas forever

Charitas forever
Foto de Elias Francioni

Passage Saint Andre des Arts

Passage Saint Andre des Arts

Cartão-postal

Cartão-postal
Foto de Vera Bungarten

Paris...

Paris...
Foto de Vera Bungarten

No centro do Louvre

No centro do Louvre
Foto de Vera Bungarten

Passages de Paris

Passages de Paris
Foto de Vera Bungarten

Livraria Shakeaspeare.Quartier Latin

Livraria Shakeaspeare.Quartier Latin
Foto de Ana Maria Lucena

Quartier Latin

Quartier Latin
50 anos de Ionesco

Tonico Pereira. Teatro da FAAP

Tonico Pereira. Teatro da FAAP

Le Petit Pont e l'Hôtel de Police

Le Petit Pont e l'Hôtel de Police

Feliz Ano Novo ( foto de Patrick Corneau)

Feliz Ano Novo ( foto de Patrick Corneau)
Dança, a esperança equilibrista porque o show de todo artista tem de continuar.

Ilha da Boa Viagem

Ilha da Boa Viagem
Foto de Elias Francioni

Rue de la Huchette. Quartier Latin

Rue de la Huchette. Quartier Latin

Xando Graça

Xando Graça

Pont Saint Michel

Pont Saint Michel

Les Invalides

Les Invalides
Foto de Vera Bungarten

A dama de ferro

A dama de ferro
foto de Ana Lucena

A côté du Beaubourg

A côté du Beaubourg
Foto de Vera Bungarten

Chez Procope

Chez Procope

Igreja de Saint Séverin

Igreja de Saint Séverin

Angulo da igreja de Saint Séverin. Quartier Latin

Angulo da igreja de Saint Séverin. Quartier Latin
(foto Ana Maria Lucena)

Detalhe da Catedral de Notre Dame

Detalhe da Catedral de Notre Dame

Bassin Igor Stravinsk (ao lado do Beaubourg)

Bassin Igor Stravinsk (ao lado do Beaubourg)
Foto de Vera Bungarten

Liceu Henri IV

Liceu Henri IV
foto de Maria do Rosario

Liceu Henri IV. Ao fundo, o Panthéon

Liceu Henri IV. Ao fundo, o Panthéon
foto de Maria do Rosario

Liceu Henri IV

Liceu Henri IV
foto de Maria do Rosario

Liceu Henri IV

Liceu Henri IV
foto de Maria do Rosario

Jardin du Luxembourg

Jardin du Luxembourg

Espetaculo de mimica

Espetaculo de mimica
Jardin du Luxembourg

Rive Gauche

Rive Gauche

Barcelona Arco do Triunfo

Barcelona Arco do Triunfo

Museu de Zoologia e Historia Natural

Museu de Zoologia e Historia Natural

Jardin du Luxembourg

Jardin du Luxembourg
O despertar da primavera